Ilustração sobre crises digitais, mostrando inteligência artificial, deepfakes e seus impactos na reputação online de marcas e organizações.

Crises digitais do futuro: deepfakes, conteúdo gerado por IA e reputação online

18/12/2025
admin

A última parte da palestra foi quase uma aula de “como voltar para sua empresa e arrumar a casa”. E eu acho que esse é o maior valor desse painel: ele não ficou preso ao caso Astronomer. Ele traduziu o caso em lições aplicáveis para qualquer organização. Allison falou claramente: deepfakes vão piorar. Quanto mais conhecida a empresa, maior o incentivo para falsificarem vídeos, notas, declarações e “provas” falsas. O público ainda associa vídeo à verdade — e isso cria um campo fértil para manipulação, especialmente em crises digitais.

Nick reforçou que o mundo da crise já mudou completamente em apenas dois anos. Além disso, ele contou a história de quando ignorou um vídeo no YouTube porque a imprensa tinha parado de atacar o cliente — e hoje ele admite que isso é impensável. Um vídeo com 20 milhões de views vale mais do que uma matéria com 2 mil leituras. A escala mudou. O centro gravitacional da reputação agora é digital.

O feed virou o palco principal das crises digitais

Gostemos ou não, é no feed que as narrativas ganham tração, são julgadas e se consolidam. É ali que as crises digitais nascem e se tornam públicas em velocidade máxima.

Um checklist prático para lidar com crises digitais

Da análise do painel surgiram recomendações objetivas, quase como um checklist para empresas que querem estar minimamente preparadas.

Defina quem é o dono de cada tipo de crise

Em resumo, Allison disse que se surpreende com quantas empresas não sabem quem decide quando algo explode. Se for crise de RH, quem lidera? Vazamento de dados, quem toma frente? Problema regulatório, quem ativa jurídico e comunicação?

E a pergunta mais básica de todas: você tem o celular dessas pessoas? Porque crise não marca reunião. Ela acontece às 3h da manhã.

Mapeie stakeholders antes da crise chegar

Nick foi direto: não dá para listar stakeholders no meio do caos. Em crises digitais, as primeiras horas definem o rumo da narrativa. Você precisa entrar numa crise já sabendo:

    • quem precisa ser avisado primeiro
    • em qual ordem
    • por qual canal
    • com qual tom
    • e quem será o porta-voz

Esse preparo economiza o recurso mais escasso de todos: tempo.

Comunique no ambiente onde a crise vive

Esse é, para mim, o ponto mais contemporâneo do painel. Não significa abandonar a mídia tradicional, mas entender que sua “verdade oficial” precisa existir em formato nativo para o feed.

Pode ser vídeo, thread, reels, nota curta, live ou Q&A. O formato muda conforme o momento da crise digital, não conforme o conforto da empresa.

Crises digitais são sobre governança, não só comunicação

O painel também trouxe uma defesa forte de algo essencial: IA ajuda, mas não substitui julgamento humano em crises digitais. Ela organiza informações, revisa textos e acelera processos, mas não cria o “golpe de narrativa” que muda um jogo cultural. Em suma, crise é imprevisível. Cultura não se automatiza.

Saí dessa última parte com uma sensação clara: gestão de crise hoje é governança. Além disso, é estrutura interna, clareza de papéis, cultura preparada e uma estratégia digital pronta.

E esse é um tema crítico para empresas brasileiras em crescimento acelerado. A reputação construída em anos pode ser testada em minutos — não por fragilidade, mas porque o palco mudou.

Quer estruturar um playbook de crise moderno na sua empresa? A Nagata & Gasparini ajuda organizações a mapear riscos, definir donos, organizar stakeholders e preparar respostas digitais ágeis para crises digitais, deepfakes e desinformação.

Fortaleça sua governança reputacional antes que a próxima crise chegue.



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