Engenharia Clínica: qual a importância?

O setor de Engenharia Clínica desempenha um papel muito importante dentro das organizações.

Através dele é possível aplicar práticas de engenharia para otimizar o uso de tecnologia médica, incluindo o gerenciamento, manutenção e aperfeiçoamento de equipamentos médicos e sistemas de saúde trazer novos processos de melhoria que envolvam a estrutura da clínica.

Contudo, a precisão e qualidade nos exames de imagem é necessária quando falamos no segmento de Diagnóstico por Imagem. E isso acontece porque são utilizados equipamentos como a Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, Ultrassom e demais aparelhos de exames de imagem que precisam de reparos.

Por isso, o setor de Engenharia Clínica é responsável por manter esses equipamentos em funcionamento, compra de novos equipamentos, estrutura predial, treinamento das equipes para lidar com situações adversas em falhas de equipamento e demais atividades. Vamos entender melhor cada um deles.

Manutenção e reparo de equipamentos através da Engenharia Clínica

Em clínicas de diagnóstico por imagem, são utilizadas máquinas complexas e de alto valor, como a Ressonância Magnética, equipamentos de Tomografia Computadorizada (TC) e máquinas de ultrassom.

Essas máquinas estão no coração do serviço que as clínicas oferecem, e sua operação confiável é essencial. Aqui é onde entram os engenheiros clínicos, cujas habilidades e conhecimentos garantem que esses equipamentos complexos estejam sempre funcionando em seu desempenho máximo.

Eles preveem necessidades de manutenção, realizam reparos necessários e garantem que cada máquina esteja sempre pronta para uso, o que é fundamental para a eficiência operacional da clínica.

Um problema muito evidente dentro do segmento é o super aquecimento dos chillers das Ressonâncias Magnéticas.  O sistema depende fortemente de supercondutores, que precisam ser resfriados a temperaturas extremamente baixas para funcionar corretamente. E para realizar o resfriamento das RM's, os chillers são utilizados.

Quando um chiller superaquece, o sistema de ressonância magnética pode ser desativado para evitar danos aos componentes. Além disso, se um chiller não conseguir manter o supercondutor à temperatura necessária, a qualidade da imagem da RM pode ser afetada.

Aqui o  setor de engenharia clínica desempenha um papel crítico na manutenção e resolução de problemas com os chillers.  Na Mega Imagem foram implantadas algumas soluções de sucesso, por isso trouxemos estes cases para auxiliar a sua empresa neste mesmo problema:

• Manutenção Preventiva: engenheiros clínicos podem realizar a manutenção regular dos chillers para garantir que eles estejam sempre funcionando corretamente. Isso pode incluir a verificação dos fluidos de refrigeração, a limpeza dos filtros de ar, a verificação dos ventiladores e compressores e a garantia de que todos os sistemas de controle estejam funcionando corretamente;

• Monitoramento Contínuo: utilizando sensores e sistemas de monitoramento remoto, os engenheiros clínicos podem acompanhar constantemente a temperatura dos chillers e ser alertados caso a temperatura comece a subir. Isso pode permitir que eles intervenham e corrijam um problema antes que ele cause uma parada do sistema de ressonância magnética;

• Resolução de Problemas: se um chiller estiver superaquecendo, os engenheiros clínicos têm as habilidades e o conhecimento para diagnosticar a causa do problema. Eles podem identificar se o problema é devido a um componente defeituoso, a um problema com o sistema de controle ou a algum outro fator.

• Treinamento de Funcionários: os engenheiros clínicos podem treinar outros funcionários sobre os sinais de superaquecimento dos chillers e o que fazer se detectarem um problema. Isso pode ajudar a garantir uma resposta rápida a qualquer problema de superaquecimento.

Aquisição de equipamentos

A aquisição de equipamentos é uma parte fundamental da engenharia clínica. Ela envolve a avaliação, seleção e compra de novos equipamentos médicos para hospitais, clínicas e outras instituições de saúde.

Esse processo não é apenas sobre a obtenção do equipamento certo, mas também sobre a garantia de que o equipamento será integrado com sucesso no ambiente clínico existente e será eficaz para melhorar o atendimento ao paciente.

Antes de mais nada, os engenheiros clínicos precisam entender as necessidades clínicas que o equipamento deve atender. Isso pode incluir a identificação das necessidades atuais e futuras dos pacientes, a compreensão dos requisitos de procedimentos específicos e a consideração de como o equipamento pode melhorar o atendimento ao paciente.

Os engenheiros clínicos devem estar familiarizados com as tecnologias médicas mais recentes e poder avaliar os prós e contras de diferentes tipos de equipamentos. Isso pode envolver pesquisas técnicas, visitas a exposições de equipamentos, e consultas com fabricantes e outros especialistas.

A aquisição de equipamentos envolve um equilíbrio cuidadoso entre custo e benefício. Os engenheiros clínicos devem considerar não apenas o custo inicial do equipamento, mas também os custos operacionais a longo prazo, como manutenção, reparos e consumíveis. Eles também precisam levar em conta os benefícios clínicos do equipamento e como ele pode melhorar o atendimento ao paciente.

Além disso, os equipamentos médicos devem cumprir uma série de normas e regulamentos, incluindo padrões de segurança, eficácia e qualidade. Os engenheiros clínicos desempenham um papel crucial na garantia de que qualquer equipamento adquirido esteja em conformidade com todas as normas relevantes.

Uma vez que o equipamento é adquirido, os engenheiros clínicos são responsáveis ​​pela sua instalação e integração no ambiente clínico existente. Isso pode envolver a coordenação com outros profissionais de saúde, a configuração do equipamento para se adequar aos processos clínicos existentes, e o treinamento dos profissionais de saúde sobre como usar o novo equipamento de forma eficaz e segura.

Conformidade com as normas

A conformidade com as normas é um aspecto crucial da engenharia clínica e do funcionamento geral de qualquer instituição de saúde. Normas e regulamentos de saúde existem para garantir a segurança e eficácia dos cuidados prestados aos pacientes.

No Brasil, existem várias organizações que estabelecem essas normas e realizam auditorias para garantir a conformidade, incluindo o Programa de Acreditação de Diagnóstico por Imagem (PADI) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA).

PADI

O PADI é um programa de acreditação específico para serviços de diagnóstico por imagem, que avalia a qualidade e segurança dos serviços prestados neste campo. A conformidade com os padrões PADI garante que as instituições estejam seguindo as melhores práticas na realização de exames de imagem, como raios-X, ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Os engenheiros clínicos desempenham um papel importante na conformidade com o PADI, garantindo que o equipamento de diagnóstico por imagem esteja funcionando corretamente, esteja de acordo com as normas de segurança e seja mantido adequadamente.

ONA

A ONA é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade dos serviços de saúde no Brasil, incluindo hospitais, laboratórios, centros de diagnóstico por imagem e outros tipos de instituições de saúde. A conformidade com os padrões ONA é um sinal de que a instituição está comprometida com a melhoria contínua e a excelência em saúde.

Os engenheiros clínicos contribuem para a conformidade com a ONA através da manutenção e aquisição adequada de equipamentos médicos, garantindo que os processos técnicos estejam alinhados com as diretrizes da ONA e ajudando a realizar avaliações internas para preparar-se para as auditorias da ONA.

As auditorias, como as realizadas pelo PADI e pela ONA, são uma parte importante da conformidade com as normas. Durante uma auditoria, os auditores irão rever os procedimentos da instituição, inspecionar o equipamento, analisar registros e entrevistar o pessoal para garantir que as normas estejam sendo seguidas.

Os engenheiros clínicos podem ajudar a preparar-se para estas auditorias, garantindo que todos os equipamentos estejam em conformidade, que os registros de manutenção estejam atualizados e que quaisquer problemas identificados em auditorias anteriores tenham sido corrigidos.