Imagem com a palavra “Brand” ao centro, rodeada por elementos como produto, valores, estratégia e posicionamento, representando pilares do Future-proofing your brand.

Future-proofing your brand: por que entender o novo consumidor é urgente

27/11/2025
admin

Eu confesso: entrei na palestra da Carla Buzasi, CEO da WGSN, esperando mais uma conversa sobre “tendências do futuro”. Mas logo nos primeiros minutos ficou claro que ela estava mirando em algo muito mais profundo: compreender quem será o consumidor daqui a dois anos e, principalmente, o que ele vai sentir falta nesse novo contexto. Esse é, no fundo, o ponto central de qualquer estratégia de Future-proofing your brand.

Carla começou explicando como a WGSN constrói suas previsões. A metodologia reúne milhares de fontes, cruza dados de sociedade, tecnologia, ambiente, política, indústria e cultura e transforma sinais comportamentais em tendências macro. Não é futurologia simplificada: é análise comportamental estruturada. Quando uma leitura assim une cultura e dados, o impacto é imediato e a mensagem chega de um jeito que faz a gente escutar diferente.

A solidão como novo pano de fundo do consumo

O primeiro grande tema da palestra foi duro, mas necessário: a epidemia de solidão. Não como conceito abstrato, mas como um cenário que molda o consumo em escala global. Carla chamou o fenômeno de “loneliness epidemic”, e a sala ficou mais silenciosa. Não pela novidade, mas pela identificação.

Ela explicou que ainda vivemos um “hangover emocional” da pandemia, somado a uma economia mais apertada, que reduz encontros sociais, e ao desaparecimento progressivo de espaços tradicionais de convivência.

Exemplos como o fechamento de pubs no Reino Unido ilustram uma tendência que se repete em muitos países, inclusive no Brasil. Menos lugares de encontro, mais tempo isolado e uma vida mediada por telas criam um vazio social que atravessa gerações, como mostrou um dado citado por ela da OMS.

O ponto mais importante, porém, vem na percepção das novas gerações. Gen Z e Alpha já entenderam que conexão digital não substitui conexão real. Elas querem estar com pessoas, pertencer, construir vínculos que não acabam quando o celular desliga. E é nesse contexto que Future-proofing your brand ganha um novo significado: marcas não competem só por atenção; competem por relevância social.

Comunidade como necessidade básica de consumo

Carla trouxe um exemplo muito ilustrativo: o crescimento dos clubes de corrida. Running clubs sempre existiram, mas nunca foram tão procurados como agora, um movimento puxado especialmente pela Gen Z. A mensagem não é criar um clube de corrida; é entender que atividades simples viraram pretexto para reconexão social.

Vários cases reforçam como marcas, de qualquer setor, podem construir comunidade de forma genuína. O Jumbo, supermercado holandês, criou um “corredor da calma”, onde o objetivo é conversar sem pressa.

A ideia, que poderia parecer voltada apenas para idosos, também conquistou jovens, mostrando uma demanda crescente por desaceleração e contato humano. Já o Flirtkorb, em supermercados alemães, introduziu cestas com indicação de abertura para conversar. A Nivea, por sua vez, desenvolveu o Nivea Connect, financiando encontros e iniciativas que reduzem isolamento.

Todos esses movimentos partem do mesmo ponto: não existe mais marketing separado da vida real. Quando o consumidor busca pertencimento, marcas precisam ocupar esse espaço, mesmo de forma pequena, local ou experimental.

O que 2027 exigirá de marcas que querem se manter relevantes

Uma das frases mais fortes da palestra foi a ideia de que 2027 vai cobrar das marcas não discurso, mas infraestrutura de conexão. Criar comunidade não é sobre montar um festival gigante; muitas vezes é sobre facilitar encontros locais, apoiar redes já existentes ou criar rituais simples que aproximam pessoas.

No contexto de Future-proofing your brand, isso significa entender que o futuro do marketing não é segmentar audiências, mas organizar pessoas ao redor de causas, desejos e identidades compartilhadas.

Como a Nagata & Gasparini fortalece marcas por meio de comunidade

Toda essa visão conversa diretamente com o trabalho da Nagata & Gasparini. Construir comunidade é inspirador no slide, mas complexo no operacional. Normalmente faltam três elementos essenciais: clareza estratégica, processos definidos e capacidade de medir impacto real.

A N&G ajuda marcas a identificar onde existe demanda genuína por pertencimento, analisando canais, comportamento, funil e nichos culturais. A partir disso, desenha a jornada de comunidade dentro da operação, definindo responsabilidades, rituais, integrações entre marketing, SAC, produto e experiência. Por fim, mede resultados que realmente importam: retenção, incremento de demanda, redução de CAC e aumento de defesa espontânea da marca.

É assim que o conceito de Future-proofing your brand se traduz para o dia a dia: comunidade que gera valor e impacto mensurável.

Conclusão: conexão social como diferencial competitivo

Saí dessa palestra com uma certeza: o consumidor do futuro vai comprar mais de quem reduzir solidão, fortalecer laços e promover vida em comunidade. Produto continua essencial, mas a experiência social que a marca habilita vai se tornar o diferencial competitivo mais relevante dos próximos anos.

E talvez o desafio mais bonito até 2027 seja justamente esse: como sua marca pode ajudar alguém a se sentir menos sozinho?

Essa é, no fim, a essência de Future-proofing your brand.



Leia também:




CONTATO


Nossos consultores estão prontos para atendê-lo(a)!